Paraíba

Onde o sol nasce mais cedo

Reportagem Roberta de Lucca; Edição Débora Chaves e Marcello Rollemberg
(Quatro Rodas, maio de 1996)

Praias quase virgens em pleno nordeste! O litoral paraibano guarda muitas outras surpresas - o ponto mais oriental das Américas, por exemplo. Venha conhecê-lo

Espremida entre os Estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte, a Paraíba tem o terceiro litoral mais curto do país - mas, como a história dos frascos de perfume, que apesar de pequenos reservam grandes fragrâncias -, ela guarda em seus 17 quilômetros de praias muitas surpresas agradáveis. Uma delas é uma questão geográfica: a parte mais oriental das Américas fica ali, na Ponta dos Seixas, no Cabo Branco. Melhor que seja assim. Dessa forma, o dia nasce mais cedo e pode-se aproveitar ainda mais esse litoral recortado por enseadas, falésias coloridas e plantações de coqueiros. QUATRO RODAS rodou 708 km de estradas impecáveis e conferiu de perto as praias, ainda pouco freqüentadas e por isso mesmo preservadas em sua beleza natural. O roteiro ainda incluiu uma esticada a sítio arqueológico da Pedra de Itacoatiara, em Ingá, no interior do Estado.

Partindo-se da capital, João Pessoa, em direção ao sul (acompanhe pelo mapa do pôster), encontra-se uma seqüência de enseadas recheadas de pequenas praias. Já em direção ao norte, elas são tão extensas que quase nunca se avista onde acabam. E em todas elas, uma paisagem de sonho: água esverdeada e coqueiros, centenas deles. A festa para os olhos começa na própria capital paraibana, a terceira cidade mais antiga do Brasil, fundada em 1585 com o nome de Filipéia de Nossa Senhora das Neves.

Sobre o morro do Cabo Branco há um farol e um mirante, ambos com o mesmo nome, que proporcionam a melhor vista da badalada praia do Seixas e, por tabela, da ponta do Seixas - o extremo oriental das Américas. É o equivalente brasileiro do português Cabo da Roca, a parte mais ocidental da Europa. Na Roca, há uma placa com um trecho de Os Lusíadas, de Camões, que caberia muito bem no Seixas: "Aqui, onde a terra acaba e o mar começa".

Há uma dezena de praias ao longo dos 35 km da avenida litorânea da capital paraibana. Uma das mais badaladas, a de Tambaú, funciona também como ponto de partida dos barcos que vão para Picãozinho , um conjunto de recifes de corais distante 700 metros da costa. Na maré baixa, Picãozinho se transforma em uma verdadeira piscina em mar aberto. Mergulhar entre cardumes de saparés, sapurunas, bicos verde e agulhas é uma experiência única. Em frente à Praia de Camboinha, há um outro paraíso em alto-mar: é a praia da Areia Vermelha, um extenso banco de areia cercado de corais que surge durante a maré baixa. Pode-se chegar lá a bordo de uma lancha convencional, de jet-ski ou mesmo de banana boat (aquele barquinho inflável em forma de banana). O cenário é perfeito para quem gosta de burburinho. Há bares flutuantes que servem caipirinhas com a água batendo no quadril. Mais relaxante, impossível.

Banho de mar au naturel

O município de Jacumã, a 34 km de João Pessoa, guarda um dos principais pontos de atração turística do Estado: a praia de Tambaba, reservada à prática do naturismo, uma filosofia de vida que prega o contato com a natureza, de preferência como se vio ao mundo. A praia tem duas enseadas que funcionam como uma froonteira informal entre os naturistas (ou nudistas0 radicais e aqueles que ficam atraídos pela idéia masi se acanham na hora de tirar a roupa. Na primeira enseada, é possível arriscar apenas um top less (a prática de tirar apenas o sutiã do biquíni). Na segunda, porém, só entram naturistas de carteirinha. Ou seja: pelados na praia.

Uma placa explica o código de ética da Federação Internacional de naturismo, ao qual Tambaba é afiliada desde 1989. É proibida, por exemplo, a entrada de homens sem companhia feminina, além de uma série de outras restrições, como fotografar ou filmar os naturistas, agir de maneira desrespeitosa ou praticar atos de caráter sexual ou obsceno nas áreas públicas. "Tambaba se destina a quem gosta de liberdade. Por curiosos venham para cá incomodar os que desejam curtir a natureza", explica o carioca Marcos André Simões Silva, dono do bar Eu Que Fiz, instalado ali mesmo.

As demais praias da região são igualmente bonitas: Barra do Gramame, Carapebus, Tabatinga, Coqueirinho e do Amor. De bugue (informações no verso do mapa), é possível visitar todas elas em apenas um dia. Gramame tem uma atração extra: ilhotas que podem ser alcançadas por meio de uma trilha de areia que segue pelo mar adentro. Carapebus é rodeada por dois maceiós (rios que banham manguezais) e falésias de mais de 70 metros de altura. Tabatinga é a próxima parada. Para chegar lá, é preciso deixar o bugue e atravessar a pé uma trilha no meio das pedras e margeada por coqueiros. Uma lagoa de águas transparentes garante a alegria da criançada.

Mais adiante, uma fonte de água mineral que serve para matar a sede antes de você prosseguir para o último trecho do passeio, em Coqueirinho. No caminho, uma pequena enseada esconde uma caverna à beira-mar. O piso escorregadio e as ondas quebrando forte exigem um equilíbrio perfeito. Vale a pena aventurar-se.

"Cidade" de areia

Falésias multicoloridas, que vão de tons de amarelo até verde e vermelho, dão o tom desse trecho do passeio. No meio dessas formações rochosas, uma enorme voçoroca chama a atenção. Para quem não conhece, a voçoroca é um fenômeno provocado pela ação das chuvas nas falésias. A água causa "mini-desmoronamentos" que deixam montículos de, no máximo, 10 cm de altura pelo chão. Parecem pequenas torres de uma cidade de faz-de-conta em miniatura.

Mas as praias do litoral sul não terminam ali. Ainda restam mais duas a serem visitadas: Pitimbu e Acaú, esta na divisa com Pernambuco (veja mapa), mas é preciso voltar à BR-101 para alcançá-las. Para quem não se importa em trocar conforto por beleza rústica, é o programa ideal. Nessa região, há apenas pousadas simples e os restaurantes se resumem a barracas à beira-mar. No caminho para Pitimbu, pare no vilarejo de Taquara para visitar as ruínas da igreja da Nossa Senhora do Rosário. A construção, de 1813, está literalmente caindo aos pedaços mas a imponência dos velhos tempos, perdida em meio a um coqueiral, ainda emociona quem passa. Para variar um pouco do circuito sol e mar, há boas opções tanto em João Pessoa quanto em seus arredores. Na capital, as grandes atrações estão no centro velho: a Catedral de Nossa Senhora das Neves, erguida em 1602, a Igreja da Misericórdia, de 1586, e o Centro Cultural São Francisco (veja destaque no começo da reportagem). A Fortaleza de Santa Catarina, no município de Cabedelo, é outro monumento que merece ser visitado. Trata-se de uma fortificação cercada de muralhas de pedra, construída em 1586, que mantém muitas de suas características originais. Há uma seqüência de azulejos que retratam os 55 fortes mais importantes do Brasil.

Vale a pena visitá-la na parte da tarde, pois dali pode-se assistir ao pôr-do-sol da praia fluvial do Jacaré, no Rio Paraíba, a quinze minutos de carro. O bar Caleidoscópio promove um ritual para o momento em que o sol começa a sumir atrás de manguezais. Às cinco e meia em ponto, o gerente aciona o toca fitas e coloca o gradiloqüente Bolero, de Ravel, para dar o clima certo ao espetáculo que tinge de tons amarelos e alaranjados a paisagem.

Praias a perder de vista

Prepare-se para uma overdose (no bom sentido, é claro!) de praias pouquíssimo freqüentadas - uma mais linda do que a outra. Estamos falando do litoral norte paraibano, cuja principal característica são as longas extensões de areia e uma infra-estrutura turística simples, porém aconchegante. Comece por Lucena, uma típica vila de pescadores. Distante cerca de 30 km dali, a belíssima Igreja de Nossa Senhora da Guia, erguida originalmente em 1591 como um forte para vigiar aquela parte do litoral, é um passeio obrigatório. Campina revela-se mais tranqüila, sem o vai e vem dos barcos de pesca.

Mas Oiteiro, encarapitada em cima das falésias, é, disparada, a mais bonita das três. O lugar também se revela um bom mirante para acompanhar as manobras dos surfistas. Mais adiante, surge Barra do Mamanguape, sede do Centro de Preservação do Peixe-Boi Marinho, do Ibama (Instituto Brasileiro de Proteção ao Meio-ambiente). Há um pequeno acervo de ossadas desses mamíferos, caçados indiscriminadamente por conta de sua carne e também pelos 200 quilos de óleo que um espécime adulto proporciona.

Em Baía da Traição, o pescador Inho cobra pouco por pessoa para fazer um tour marítimo pelas praias das Cardosas, do Giz Branco, do Forte, de Tambá, da Trincheira e do Coqueirinho (há uma no litoral sul com esse nome, também). O passeio é organizado de forma a chegar a Coqueirinho na maré baixa. Com a água na altura da cintura, Inho ensina como se enfia rapidamente o braço dentro da toca para tirar os caranguejos sem levar uma beliscada. É uma tarefa que mesmo os mais corajosos preferem ficar só olhando.

As duas últimas praias desse trecho do litoral são Camaratuba, Barra de Camaratuba e Guaju, esta na divisa com o Rio Grande do Norte. Todo o acesso a esse trecho é marcado por uma areia muito branca e fina, que se mistura ao piso das estradas de terra. Por isso, tome um cuidado extra para não derrapar em alguma curva mais fechada. A costa entre Camaratuba e Guaju tem 12 quilômetros de extensão. Um trekking pela areia é uma boa idéia, mas exige fôlego de atleta. Ivan Burity, da pousada Ponto das Ondas, em Camaratuba, organiza excursões de bugue - uma opção menos atlética, porém mais confortável.

Dinossauro no sertão

Depois de tanto sol e tanto mar, viajar rumo ao interior pode ser uma mudança de ares mais do que bem-vinda. Campina Grande , a segunda maior cidade da Paraíba, vale a pena por duas boas razões: o sítio arqueológico da Pedra de Itacoatiara e a própria cidade, principalmente agora que se aproximam as festas de São João. Quem gosta de quentão, pamonha e aquele clima de quermesse, não pode perder o maior arraial do país. Ele dura nada menos do que um mês inteiro, de 7 de junho a 7 de julho.

O sítio arqueológico fica em Ingá, a 31 km de Campina Grande. Os arqueólogos estimam sua idade em cerca de dez mil anos. "As inscrições são muito similares às encontradas em sítios pré-históricos em outros países", afirma a pesquisadora Mali Trevas. O pequeno museu que funciona no local tem restos fossilizados de uma preguiça gigante e também de um tiranossauro.

De volta à João Pessoa, depois de visitar as praias de norte a sul, fica a sensação de que ainda bem que o sol nasce primeiro na Praíba.

SERVIÇOS

João Pessoa

HOTEL E RESTAURANTE - Tropical Tambaú (Av. Almirante Tamandaré, 229, Praia de Tambaú, tel.: 083 226 3660). Televisão, telefone, frigobar, ar-condicionado, piscina, quadra de tênis e pingue-pongue. A grande atração é a arquitetura circular do hotel, que faz com que o hóspede possa escolher qual a vista predileta: a piscina, o jardim (localizados no centro da construção) ou a praia. O restaurante oferece um variado cardápio de pratos típicos à base de frutos do mar.

HOTEL - Caiçara (Av. Olinda, 235, Praia de Tambaú, tel.: 083 247 2040). Televisão, telefone, frigobar, ar-condicionado, música ambiente, bar, restaurante e piscina. Inaugurado no final do ano passado, é o hotel mais moderno da capital paraibana. No banheiro dos quartos, potentes duchas garantem um banho relaxante. A gerência promove descontos de 30% para pagamento à vista e 20% com cartão de crédito e não cobra taxa de serviço.

HOTEL - Ouro Branco (Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 431, Praia de Tambaú, tel.: 083 247 1010). Televisão, telefone, frigobar, ar-condicionado, música ambiente, restaurante, piscina e pingue-pongue. Os quartos são amplos e confortáveis. Os de número 6 a 23 ficam de frente para a piscina. Por isso, prefira os outros quartos, que dão vista para a praia, distante apenas dois quarteirões.

HOTEL - Ponto do Sol (Av. João Maurício, 1861, Praia de Manaíra, tel.: 083 246 2782). Televisão, telefone, frigobar, ar-condicionado, piscina, restaurante e bar. Cinqüenta apartamentos estão distribuídos pelo prédio de dois andares. A decoração é simples: camas, guarda-roupa sem gavetas e aparador, todos brancos. O colorido fica por conta das colchas e tapetes de estampa xadrez, feitos em tear manual.

HOTEL - do Mar (Av. João Maurício, 2061, Praia do Bessa, tel.: 083 246 1184). Televisão, frigobar e ar-condicionado. O hotel instalado em um sobrado à beira-mar, é uma opção para quem não dispõe de muito dinheiro. Os quartos são confortáveis mas têm decoração despojada. A mobília é simples (apenas camas de solteiro e um pequeno armário). Os de número 101, 102, 104 e 105 são de frente para o mar.

RESTAURANTE - Elite (Av. João Maurício, 33, tel.: 083 226 3000). Serve um fantástico Camarão à Provençal, puxado na manteiga e temperado com alho e molho de tomate fresco.

RESTAURANTE - La Boca Della Veritá (Av. Olinda, 193, tel.: 083 247 3334). Prefira as sugestões à base de lagosta grelhada, com purê ou batatas cozidas.

RESTAURANTE - A Peixada do Wilson (R. Dr. Isidro Gomes, s/n, tel.: 083 226 7054). A refeição é feita em um grande salão com mesas de madeira e cadeiras de plástico, mas vale a pena. Experimente a moqueca de peixe com leite de coco e temperada com azeite de dendê, servida dentro de uma abóbora.

RESTAURANTE - O Cariri (Av. Rui Carneiro, s/n, tel.: 083 247 2233). A culinária regional é a grande atração. Você come picanha, carneiro, carne-de-sol ou galinha à cabidela servidos com farofa, pirão de queijo, feijão verde, arroz e macaxeira (mandioca).

RESTAURANTE - e Bar Lucena (Av. Vitorino Cardoso, 25). Oferece refeições apetitosas: carne desfiada no leite e coco, lagosta grelhada com molho de coco, peixe frito ou com molho de tomate e camarão. Todos os pratos vêm com arroz e pirão.

PASSEIO - Igreja da Misericórdia (R. Duque de Caxias, s/n, de segunda a sexta das 7h30 às 18h, sábados o dia todo e domingos das 8h às 10h). Construída em 1602, mantêm preservadas suas linhas originais, nas quais impera a simplicidade.

PASSEIO - Catedral de Nossa Senhora das Neves (Pça. Dom Ulrico, s/n, de segunda a sexta das 14h às 17h, sábados das 15h às 21h e domingos das 5h às 12h e das 16h às 21h). Primeira matriz do Estado, foi inaugurada em 1586. Mesmo não sendo tão imponente, tem uma arquitetura vistosa.

PASSEIO - Centro Cultural de São Francisco (Pça. São Francisco, 221, tel.: 083 221 2804, de terça a sábado, das 8h às 11h, e das 14h às 17h e domingos das 14h às 17h). As visitas são acompanhadas por guias. O lugar abriga um museu de arte popular.

PASSEIO - Teatro Santa Roza (Pça. Pedro Américo, s/n, tel.: 083 241 1230, de segunda a sexta das 14h às 18h). É o segundo mais antigo da Paraíba, erguido em 1886. O teto e as paredes são de madeira.

PASSEIO - Roger Turismo (Av. Nossa Sra. dos Navegantes, 104, loja 107, Praia de Tambaú, tel.: 083 247 2141). Organiza excursões para a Praia da Areia Vermelha.

PASSEIO - Preocupação Zero Turismo (Av. Cabo Branco, 2566, tel.: 083 226 4859). O destino do passeio é Picãozinho, onde se chega de barco com serviço de bar e restaurante.

PASSEIO - Sun Marine Turismo (Praia de Camboinha, tel.: 083 228 1219). Programa passeios de barco até a Areia Vermelha.

PASSEIO - Navegar Turismo (R. Artur Monteiro de Paiva, 99, Praia do Bessa, tel.: 083 246 2191). Promove passeios de bugue de João Pessoa para Jacumã.

PASSEIO - Mercado de Artesanato Paraibano (Av. Rui Carneiro, s/n). O lugar abriga 128 lojas em um prédio de dois andares. é o lugar ideal para encontrar toalhas de renda, enfeites de barro e outras peças típicas.

Campina Grande

RESTAURANTE - Manoel da Carne-de-Sol (R. Félix Araújo, 263, tel.: 083 321 2877). Vale a pena ir até Campina Grande (distante 135,4 km) para saborear o prato que dá nome ao restaurante: a carne-de-sol assada, servida com feijão verde, farofa, macaxeira, manteiga de garrafa, abóbora cozida, batata doce e molho à vinagrete. Após a farta refeição, peça doce-de-leite com queijo derretido de sobremesa.

Jacumã

HOTEL E RESTAURANTE - Pousada Corais de Carapibus (Av. Beira Mar, s/n, Praia de Carapibus, tel.: 083 290 1179). Televisão, piscina, bar e restaurante. A pousada fica no alto de uma falésia e o vento que vem do mar refresca os quartos, garantindo uma boa noite de sono. Os 22 apartamentos são modestos e não têm armários, contando apenas com duas prateleiras simples para acomodar a bagagem. Nas refeições, pratos simples como peixe com legumes e pirão ou lagosta com molho de manteiga de garrafa.

HOTEL - Chalé Suíço (R. Chalé Suíço, 120, Praia de Tabatinga, tel.: 083 981 2046). Restaurante e bar. Possui apenas oito quartos distribuídos em dois pavimentos. Se possível escolha os localizados no segundo andar, com varandas, voltadas para o mar. As camas de casal são de madeira, mas as que equipam os apartamentos do térreo foram construídas em alvenaria.

HOTEL E RESTAURANTE - Vauhall (R. Niterói, s/n, tel.: 083 290 1015). A pousada, de propriedade de um casal sueco, fica longe do mar. São cinco quartos simples, equipados somente com ventilador e mosqueteiro. O restaurante já aposta na diversidade - serve peixe com molho de coco ou frito, espaguete à bolonhesa, empadão de frango e até o arrumadinho sueco, uma adaptação do prato paraibano feito com batata frita na chapa, cebola, carne, beterraba e ovo frito.

Baía da Traíção

HOTEL E RESTAURANTE - Pousada Ponto do Sol Nascente (R. D. Pedro II, 537, tel.: 083 296 1050). Frigobar. Este é o melhor lugar para se hospedar na cidade. Os apartamentos são bem simples - nem todos têm frigobar, por exemplo -, mas o atendimento é cortês. Se puder, prefira ficar no andar de cima. Lá é mais fresco e dorme-se ouvindo as ondas do mar quebrando na areia. Serve a especialidade paraibana conhecida como arrumadinho, que consiste em carne seca com feijão verde, tomate, cebola, pimentão e farinha de mandioca, caranguejo ensopado com molho de coco e camarão com molho de coco.

Barra de Camaratuba

HOTEL - Pousada Porto das Ondas (tel.: 083 247 2054 e 982 1106). A praia de Barra de Camaratuba, no litoral norte, é tão pouco conhecida que existe apenas esta pousada por lá. Trata-se de um sobrado branco com janelas vermelhas, com dez quartos com banheiro. O único "luxo" é o ventilador de teto. Todos os apartamentos têm vista para o mar. O lugar também é a melhor opção de alimentação da cidade. Você pode experimentar o tradicional caranguejo cozido na água e sal ou, então, peixe à milanesa, pirão e farofa. Tudo muito saboroso e muito barato.

Estradas

As rodovias paraibanas estão em muito bom estado. O asfalto e a sinalização nas federais BR-101 e BR-230 e nas estaduais PB-018 e PB-025 são bem conservados. Apesar das condições favoráveis, dirigir na Paraíba pode muitas vezes representar uma aventura. Tanto na cidade quanto na estrada, há motoristas que trafegam em velocidade baixa demais e muitos não conhecem os sinais de farol normalmente usados para pedir e conceder ultrapassagem. As estradas vicinais requerem mais cuidado porque todas têm pisos que misturam terra com areia. Carros baixos e carregados de bagagem correm o risco de atolar, principalmente no acesso de Campina para Barra do Mamanguape, ao Norte - certamente a pior parte da viagem, com trechos de areia muito fina e fofa. Já no trajeto da BR-101 até Campina, uma região cheia de canaviais, o grande problema são os pedaços de cana-de-açúcar caídos ao longo da estrada. Passar por cima de um deles pode significar um pneu furado.

Aluguel de carro

Em João Pessoa:

Localiza (tel.: 0800 31 2121). Se a sua viagem for durar mais de uma semana é melhor optar pela tarifa com quilometragem livre, mas econômica.

Locarauto (tel.: 083 226 3335 e 226 2713). A locadora não tem tarifas para quilometragem livre. Em compensação, oferece sem taxas 100 km por dia.

O tamanho de sua viagem

O roteiro realizado por QUATRO RODAS levou dez dias. Se você tiver menos tempo, pode priorizar os locais mais interessantes.

EM OITO DIAS:
João Pessoa: dois dias, Praias do Sul: três dias, Praias do Norte: três dias

EM SEIS DIAS:
João Pessoa: dois dias, Praias do Sul: dois dias, Praias do Norte: dois dias

EM TRÊS DIAS:
João Pessoa: um dia, Praias do Sul: dois dias