JOÃO
PESSOA - A partir da Praia do Bessa - a maior da
área urbana de João Pessoa, com cinco quilômetros -, começa o chamado
litoral norte da região metropolitana, na cidade de Cabedelo.
A área, indicada para surfistas, virou um santuário de tartarugas-marinhas.
É
nessa região, até a Praia de Intermares, passando
pela Ponta de Campina, que elas nascem e, depois de adultas, desovam.
Parece loucura, mas as tartarugas sabem exatamente o local em que nasceram
e procuram esse mesmíssimo pedaço do planeta para seus filhotes virem ao
mundo. "Elas lêem o campo magnético da Terra e, quando adultas, voltam
para se reproduzir. É a fidelidade ao local de nascimento", explica a
bióloga e coordenadora do Projeto Tartarugas Urbanas, Rita Mascarenhas.
Segunda
ela, essa área do litoral nordestino é propícia para a reprodução dessas
espécies porque conta com dunas baixas, barreiras de coral na entrada da
praia e águas com temperaturas por volta dos 30 graus durante o verão.
Voluntários
O
Projeto Tartarugas Urbanas existe há quatro anos e, por enquanto, depende
da boa vontade de voluntários e dos vigilantes informais da comunidade para
continuar. "Os moradores conheceram e abraçaram o projeto. Hoje,
ajudam a vigiar os ninhos para que ninguém mexa", diz Rita.
Identificados, os ninhos ficam na areia, próximos a quiosques como o Bar do
Surfista, que apóia a iniciativa e é a sede informal do programa.
Até
hoje, foram observados 396 ninhos, de quatro espécies de tartarugas, em
seis quilômetros de litoral. Por estarem numa área urbana, os bichinhos
acabam sofrendo algumas alterações em seu ciclo vital. A principal, segundo
Rita, é a mudança do horário de nascimento, normalmente à noite, para a luz
do dia. "A luz elétrica na beira da praia desorienta as
tartarugas", diz. O projeto funciona com doações e venda de material.
Uma camiseta custa entre R$ 15 e R$ 20. Informações: [email protected] e
[email protected].
Fortaleza
Mais
alguns quilômetros rumo ao norte, chega-se ao encontro do Rio Paraíba com o
mar. Ali, na margem direita do rio, está um marco da conquista portuguesa:
a Fortaleza de Santa Catarina. Datada de 1589, foi ampliada durante a
invasão holandesa (1634-1654) e restaurada nos anos 1980.
Dentro
do forte estão, em exposição permanente, fotos e
objetos da caça da baleia, crueldade praticada até meados dos anos 1970 na
região. As visitas guiadas custam R$ 2. E, próximo da fortaleza, repare,
está o marco zero da Transamazônica, rodovia que ligaria o litoral da
Paraíba à região amazônica e que nunca foi concluída.